
On the Edge of Time
Here there be dragons. On the edge of time, in the wicked twists of wyrmhole space, wyrmdragons pre
Uncategorized Mikhail Bakhtin 31 8th Mar, 2023
Nesses Apontamentos realizados nos anos 1940, Bakhtin lança as firmes bases contra a representação, contra o projeto de criação de uma imagem do ser humano fechada, concluída, encerrada pelo autor - ou por si próprio - em um reflexo acabado da realidade. Bakhtin coloca em evidência que não só na linguagem cognitiva, que procede por conceitos, por abstrações, e não só na linguagem ideologicamente interessada ao domínio, à exclusão, à depreciação, há, na mesma inevitável tendência a reduzir o objeto, a perda da singularidade, da irrepetibilidade, da insubstituibilidade. Isso acontece também na linguagem artística, na arte verbal, na escritura literária. A imagem literária força o personagem de que fala a coincidir, de uma vez por todas, consigo mesmo, a ser definido, determinado, classificado, identificado”, diz a respeito Augusto Ponzio. Assim como Magritte, em sua vasta obra, por nós homenageado em releitura na capa, a imagem artística não deve devolver a face idêntica ao contemplador, sob o preço de ser tão-somente uma mentira, uma farsa, ou uma violência. A imagem artística, para assim o ser, deve ser aberta, inconclusa, até o ponto da impossibilidade do fechamento, como Magritte refere-se ao Arthur Gordon Pym, de Poe: a inconclusibilidade é a abertura própria do humano, presente na arte. Essa tradução comemora os 100 anos do primeiro artigo publicado por Bakhtin, Arte e responsabilidade, no almanaque Dia da arte, na Rússia, em 1919.